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Linux e Educação

Cada vez mais, encontramos referenciais teóricos que nos levam a refletir a respeito da premente necessidade de se buscar e idealizar novas estratégias e paradigmas para a educação. Crescem as pesquisas dentro desta linha. O professor, o pedagogo, o especialista desta área, entende a necessidade de propor novos olhares à construção do conhecimento. Mas, apesar das dificuldades de se encontrar uma nova forma de ensinar / aprender, e aqui me refiro ao ato propriamente dito, independente de terminologias ou questões semânticas, há um referencial interessante surgindo: a utilização da informática como ferramenta educativa. 

Paulo Freire nos preconizava uma educação libertadora onde era abominada a relação de poder e dominação instaurados pela escola tradicional. Nesta nova ação educativa libertadora, deveria existir uma relação de troca horizontal entre educador e educando exigindo-se nesta troca, atitude de transformação da realidade conhecida. É por isso, que a educação libertadora é acima de tudo uma educação conscientizadora, na medida em que além de conhecer a realidade, busca-se transformá-la. 

Nesta direção, não consigo ver outra possibilidade senão o Linux para a escola! Pensar a educação sob a ótica de Paulo Freire nos remete diretamente ao universo do software livre. O que é mais gritante neste universo senão a liberdade de fugir da opressão do software proprietário; permitir a transformação da realidade dos códigos abertos; a relação de cooperação que se estabelece entre as comunidades desenvolvedoras de Linux; e acima de tudo, o que não é mais gritante do que a ação conscientizadora que este movimento nos permite em relação à inclusão digital, e porque não ressaltar a responsabilidade social de cada cidadão. 

Com o Linux somos sujeitos no processo de criação; somos atores principais se assim nos aventurarmos. Segundo Paulo Freire é essa relação dialética onde educadores e educandos que se fazem sujeitos do seu processo, que devemos encontrar nas práticas pedagógicas desejáveis para uma escola transformadora, bem como encontramos na caminhada do software livre. 

Aqui surge uma nova ordem. Não estou mais falando de detalhes técnicos de como o Linux é melhor; não estou apenas falando de que vantagens econômicas eu terei, não estou falando apenas de uma postura comprometida com a responsabilidade social e inclusão digital; estou falando sim de uma possibilidade de prática pedagógica fundamentada e amparada em um discurso epistemológico legítimo. Um olhar dentro do viés pedagógico de um mundo que até então eram comandos; configurações, instalações, etc, etc. É o Linux como caminho para qualificar e possibilitar uma nova escola, um novo aluno, um novo homem. 

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