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‘Pai da internet’ defende padronização para cloud computing

Protocolos, padrões e pesquisa são fundamentais para garantir interoperabilidade entre diferentes nuvens, diz Vinton Cerf.

Um dos criadores do protocolo TCP/IP – considerado o pai da Internet, Vint Cerf, defendeu a necessidade da criação de padrões para a portabilidade de dados na cloud computing. Em palestra na Califórnia, EUA, na noite desta quinta-feira (7/1), Cerf falou da falta de interoperabilidade entre as diferentes nuvens de empresas como Microsoft, Amazon, IBM e Google.

“Em algum ponto, fará sentido para alguém dizer: ‘Eu quero mover meus dados da nuvem A para a nuvem B’, mas as diferentes nuvens não conhecem umas às outras”, observa Vint Cerf. “Não há padrões de interoperabilidade entre nuvens”, completa.

A atual situação da cloud computing é semelhante à falta de comunicação e familiaridade das redes de computadores em 1973, comparou Cerf, que é vice-presidente e evangelista do Google. “As pessoas vão querer mover seus dados de um lado para o outro e vão querer pedir às nuvens que façam coisas para elas”, afirma. Cerf acredita que as pessoas poderão até querer ter múltiplas nuvens interagindo com outra para obter vantagem do poder computacional oferecido por essa combinação.
“Ainda há um grande trabalho de pesquisa a ser feito, protocolos a serem criados e padrões a serem adotados que permitirão às pessoas gerenciar seus ativos nas nuvens”, ressalta Cerf. A Google, por seu lado, é ressonante com esa noção, mas atualmente os usuários podem tirar seus dados da nuvem do Google, no entanto podem não conseguir enviar para outra nuvem.

Cerf também falou sobre a segurança na nuvem. “Uma autenticação forte será um elemento crítico em relação à segurança na nuvem”, observa. A administração Obama já expressou a intenção de usar técnicas de computação baseadas em cloud computing para tornar o governo mais eficiente e para a comunicação entre diferentes agências.

O “pai da internet” também comentou outros tópicos, prevendo o crescimento da importância de aparelhos móveis na vida diária e o aumento da conectividade de equipamentos eletrônicos, incluindo eletrodomésticos e aparelhos de escritório, à internet. “Uma vez que você faz isso, o aparelho móvel é um controle remoto em potencial para todas essas coisas”, observa. “Ele substitui todos aqueles controles que estão na frente do seu sofá”.

Questionado a respeito da oferta de serviços mais baratos de banda larga fixa ou móvel, o pesquisador defendeu que diferentes entidades devem continuar a construir e operar diferentes partes da Internet e colocá-las juntas, mais do que o Google tomar para si a tarefa completa. Ele explicou que a Google tem planos de construir um serviço gratuito Wi-Fi para São Francisco (EUA) e realiza um projeto piloto em Montain View, na Califórnia. No entanto, o escopo do projeto cresceu e inclui 29 jurisdições na área. “Como modelo de negócios é difícil para mim imaginar uma empresa global como a Google querendo investir em infraestrutura em todo o mundo”, observa.

Cerf também vem trabalhando com a agência espacial norte-americana NASA para tentar que os protocolos da internet interplanetária em desenvolvimento podem ser incluídos no sistema operacional para dispositivos móveis Android. Com isso, eventualmente, os aparelhos móveis poderão se comunicar com satélites por meio desses protocolos, possibilitando missões espaciais mais complexas.

O pesquisador falou também sobre a atenção que vem dando à “tecnologia óptica”. “Fiquei muito entusiasmado a respeito da eficiência em mover grandes quantidades de informações”. Ele endossou o conceito de IPTV para suportar serviços como programação sob demanda. “Um sistema baseado em pacotes pode atender a necessidades sob demanda de forma mais simples”.


Fonte: computerworld

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