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Cisco Lança Roteador de Altíssima Velocidade para Backbones de Internet

A Cisco promoveu uma coletiva de imprensa com seus principais executivos no Brasil para anunciar o que a empresa denominou de “base para a Internet da próxima geração”: o Cisco® CRS-3 Carrier Routing System.

O anúncio foi realizado em escala mundial via web cast por John Chambers, presidente e diretor executivo da Cisco, Pankaj Patel, vice-presidente sênior e gerente geral da Área de Fornecedor de Serviços da Cisco e Keith Cambron, presidente e diretor executivo da AT&T Labs. Após o anúncio — de quase 90 minutos de duração — via Internet, os executivos da empresa no Brasil, entre eles o próprio Rodrigo Abreu, presidente da Cisco no país, e Anderson André, diretor para provedores de serviço da empresa, deram início a uma sessão de perguntas e respostas, com o objetivo de detalhar as informações fornecidas pela apresentação e discorrer sobre os seus desdobramentos para o Brasil.

O CRS-3, em sua configuração máxima em arquitetura de múltiplos chassis com 1.152 lâminas de circuitos de roteamento, é capaz de transferir dados a impressionantes 322 tbps (terabits por segundo), sendo assim mais de três vezes mais rápido do que os roteadores de alta performance da geração anterior da empresa, o CRS-1, lançado em 2004 e capaz de fornecer “apenas” 92 tbps de desempenho máximo. Segundo a Cisco, o desempenho do CRS-3 representa mais de 12 vezes a capacidade de qualquer outro roteador central (core) existente no mercado atualmente. A menor configuração do CRS-3, que usa apenas quatro dos slots citados acima, atinge uma velocidade de 1,12 tbps, e cabe em um gabinete de 76,2 × 47,12 × 76,91 cm.


Só para se ter uma ideia do que 322 tbps significam, a essa velocidade o catálogo impresso inteiro da Biblioteca do Congresso americano poderia ser baixado em pouco mais de um segundo; ou cada homem, mulher e criança na China poderia fazer simultaneamente uma vídeo-chamada; ou ainda todos os filmes já produzidos no mundo poderiam ser transferidos em menos de quatro minutos.

O equipamento usa os processadores QuantumFlow, desenvolvidos pela própria Cisco utilizando tecnologia de 65 nm, e apresentados ao mercado em 2008, agora entretanto em uma configuração batizada de QuantumFlow Array, que consiste em combinar seis núcleos dos processadores em uma única pastilha — leia-se: a tecnologia multi-core continua fazendo escola. De acordo com o fabricante, os processadores que equipam a nova geração de roteadores de alto desempenho da empresa são compatíveis tanto com switches do tipo Nexus quanto com o Cisco Unified Computing System, o que permite que se ofereça serviços em nuvem de forma bastante flexível/escalonável.

O CRS-3 oferece suporte a IPv6 na modalidade carrier grade (CGv6), bem como a IP/MPLS, e introduz dois conceitos “novos”:
  • Sistema de Posicionamento na Rede (Network Positioning System — NPS), através do qual informações de utilização da rede são avaliadas em tempo real com o objetivo de buscar o menor caminho na rede para se obter o conteúdo desejado, o que reduz atrasos (lags, delays, latência etc.).
  • Rede privada virtual em nuvem (Cloud VPN), um conceito através do qual vários data centers podem ser acoplados formando uma infraestrutura consistente para oferta de recursos computacionais, de armazenamento e de rede — o que se convencionou chamar de IaaS — Infraestrutura como Serviço.
Como no caso do CRS-1, o CRS-3 usa o sistema operacional IOS XR, desenvolvido especificamente para esse tipo de equipamento. Segundo a empresa, usuários do CRS-1 podem migrar de modo relativamente fácil para a nova geração, já que chassis, fontes e dissipadores de potência do CRS-1 podem ser usados com o hardware do CRS-3.

Questionado pela Linux Magazine sobre questões de interoperabiliade com equipamentos de gerações anteriores e/ou de outros fabricantes, o presidente da Cisco no Brasil informou que a empresa está trabalhando junto ao IEEE, em parceria com outras empresas do mesmo segmento (fabricantes de hardware — concorrentes —, operadoras e centros de pesquisa), para tornar as novas tecnologias um padrão aberto, que todos pudessem adotar, o que é imperativo para evitar gargalos de desempenho “na outra ponta”, algo que comprometeria todos os esforços em favor da melhoria de performance.
Testes de campo iniciais com o novo produto foram feitos pela AT&T para um backbone de 100 gbps. A partir do terceiro trimestre de 2010 o produto já deve estar disponível para a aquisição também no Brasil, a um preço inicial sugerido de 90 mil dólares (preço de referência para o mercado norte-americano). Os quase 100 CRS-1 instalados em operadoras no Brasil atualmente (de um total de 5.000 unidades vendidas desde o seu lançamento há 6 anos) — especialmente para atender uma demanda por desempenho nas redes 3G do país — deverão ganhar companhia “mais nobre em breve”, uma vez que a empresa já teria diversos interessados em adquirir o CRS-3.

Fonte: linuxnewmedia

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