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Futuro do Linux pode estar nas mãos do Google e isso não é ruim

Uma interface simples e fácil de usar. Essa foi a receita adotada pelo Ubuntu para derrubar parte da resistência dos usuários quanto ao uso do Linux em desktops e que ajudou o sistema operacional open source a ganhar popularidade. Mas com o Google desenvolvendo sua própria versão do Linux, o Chrome OS, é possível acreditar que este possa ser, de fato, o primeiro sistema operacional a desafiar a Microsoft e o Windows.

Convenhamos que, pelo menos até agora, a entrada do Google neste segmento não foi algo tão grandioso, e nem mesmo os analistas desta indústria deram muito valor. Ao anunciar a plataforma Android para smartphones, o mercado até mostrou algum interesse, embora não chegasse a ser novidade o fato de alguém usar Linux em celulares. Além disso, poucos foram os que acreditaram que o gigante de buscas poderia abocanhar grande parte do competitivo mercado de smartphones.

Mas a situação agora é diferente. Já são cerca de 20 aparelhos diferentes com sistema Android, e outros 30 devem ser lançados em 2010. Uma quantidade suficiente para colocar o Google como um competidor importante nesse mercado.

O que mais impressiona é que o Google não optou por lutar contra a Microsoft na área em que ela é mais forte em sistemas operacionais (no desktop), mas sim, na área em que se observa uma queda da gigante do software.

Mesmo o Windows Mobile 6.5 sendo um sistema operacional competente, a Microsoft não lutou por gerar um entusiasmo entre os usuários. Também não elevou sua posição para os usuários corporativos, a ponto de desafiar dispositvos da RIM com seus modelos de Blackberry.

A diretora de pesquisas em dispositivos móveis do Gartner, Carolina Milanesi, informou que o Windows Mobile caiu 7,9 pontos percentuais no último trimestre de 2009. O sistema Symbian, utilizado nos telefones da Nokia, também caiu, de 49,7 % para 44,6%. Enquanto isso, o Blackberry e iPhone subiram para 20,8% e 17,1%, respectivamente. Em meio a esse mundo de titãs, o Android abraçou 3,5% do mercado, o que não é mau para um estreante.

Mas no mercado onde a Microsoft predomina, com uma cota superior a 92%, de acordo com as últimas estatísticas da Net Applications, a história é bem diferente.

Nessa arena, todas as distribuições Linux para desktop, juntas, correspondem a menos de 1% do total do mercado – participação que não oscilou nos últimos anos apesar dos grandes avanços, tanto na qualidade geral das distribuições Linux, quanto ao apoio aos fabricantes de PC.

Caminho diferente
O Google parece ter efetivamente executado sua entrada no negócio de sistema operacional, visando rápida expansão na esfera móvel, e agora começa a colher frutos. O Android não constrói apenas uma base de usuários, e sim, está gerando barulho entre eles, com suas aplicações de compartilhamento do próprio Google (Maps, Readear, Buzz etc.). E esse entusiasmo não parece ser deixado em breve. Com tantos lançamentos das grandes fabricantes de celulares, o Android está em um momento muito favorável para continuar a crescer.

E o buscador, agora, está de olho também em dispositivos um pouco maiores, com o Chrome OS, um sistema operacional com código fonte aberto direcionado para netbooks baseados em processadores ARM e x86. Mas com um diferencial importante: estará disponível gratuitamente.

A Microsoft recuperou alguma influência com consumidores de netbooks a partir do momento em que o Windows 7 começou a vir instalado de fábrica. Porém, conseguiu interromper seu próprio sucesso ao colocar restrições desnecessárias na versão que vem instalada em alguns netbooks.
A empresa tem a seu favor o fato de os usuários já estarem familiarizados com a plataforma. Tanto como nome e como interface visual, o Windows é um padrão confortável para que precisa lidar com ele.

O Ubuntu oferece uma aparência  familiar para usuários mais experientes, e o Chrome OS usará um novo ambiente de janelas, com o navegador Chrome sendo sua interface principal. Em vez de competir com o Windows em familiaridade, ele irá se concentrar em duas coisas que, para o Windows, ainda são críticas em dispositivos móveis: a simplicidade de uso e conectividade com a nuvem.

Com o Chrome OS chegando ao mercado, o Google conseguiu parceiros poderosos. Intel, HP, Lenovo, Toshiba, Acer, Qualcomm, Freescale e Adobe estão todos a bordo. Com uma lista de fabricantes de peso como esses, os consumidores terão uma riqueza de opções muito interessante.

Vivendo na nuvem
O Chrome OS será um ambiente baseado na nuvem, com aplicativos online. O Chrome irá se apoiar nos serviços do próprio Google, embora os anúncios feitos até agora mencionem o desenvolvimento de aplicativos por terceiros, ainda assim serão aplicativos baseados na web.
Dispositivos com Android já mostraram o poder desse modelo estratégico. Aparelhos como o Droid, da Motorola, possuem Gmail, Google Calendar, Google Docs e outros serviços. Pode ser que a depência dos serviços do Google seja total, mas o fato é que funcionam. Aparelhos que oferecem apoio contínuo para a computação em nuvem nos deixam realizar mais tarefas no dispositivo.
Mesmo quando os serviços caem, existe a possibilidade de trabalhar off-line por meio do Google Gears. Mesmo quando os servidores não estão acessíveis (situação rara, mas não impossível), pode-se manipular e-mails e itens de calendário. E assim que estiverem online novamente, os dados podem ser sincronizados.

Ação comunitária
Quer o Chrome OS seja lançado nessa semana ou na próxima, ou ainda apenas no mês que vem, seu sucesso dependerá da vasta comunidade de desenvolvedores e usuários que ajudaram a construir as várias distribuições do Linux nos últimos 18 anos. O nome do Google e sua influência na indústria, por enquanto, apenas ajudam a divulgar um novo sistema operacional.
Felizmente o Google investiu anos cultivando relacionamentos em toda a comunidade do código livre. Portanto, deve encontrar rapidamente uma grande base de analistas de testes experientes dispostos a baixar a versão beta do Chrome OS assim que se tornar disponível.
É animador ter em mente que, a maioria dos usuários de Linux, quando encontram bugs em uma versão beta, elaboraram relatórios e discutem entre si a solução. Esta prática, profundamente enraizada na comunidade Linux, prepara terreno para um beta teste produtivo, garantindo correções e melhorias de forma mais rápida até o lançamento da versão oficial.

Abundância de distribuições Linux
Pode ser tentador pensar que o Chrome OS poderia significar o fim de outras distribuições Linux, mas não há fundamento nisso. O mundo Linux é baseado em nada mais que um desejo profundo de diversidade e de escolha no mundo da tecnologia de informação. Não é por acaso que existem centenas de distribuições disponíveis e a introdução de um novo sistema de sucesso só servirá para aumentar as oportunidades para outras distribuições.
Nos últimos anos, o Ubuntu conseguiu roubar boa parte da atenção dos consumidores frente a outras distribuições. Mas, para entusiastas do Linux, qualquer distribuição nova é uma boa notícia e uma oportunidade para sugerir coisas novas, aprender e explorar mais opções. O mundo Linux não compete entre si, ao contrário: apenas existe colaboração entre seus usuários e desenvolvedores.

A vantagem de ter um nome importante nesse meio é atrair mais usuários e mais desenvolvedores para a plataforma. Até mesmo um Linux da Microsoft (desde que respeitada a GPL) seria bom para a comunidade de código aberto.
Empresas desse porte trazem grandes parcerias, como as que o Google já conseguiu com o Chrome OS. E, em contrapartida, de acordo com os termos da GPL, essas empresas devem dar uma parcela significativa de seus próprios códigos para a comunidade de código aberto. Nesse cenário, todo mundo ganhaa

Mas ainda não temos um Chrome OS para comentar. O Google ainda precisa lançar uma versão prévia e quase tudo o que se ouve é baseado em especulações baseadas em informações escassas. O que é certo, porém, é que quando a versão beta estiver disponível, ela irá causar um sério congestionamento nos servidores do Google.

Fonte: pcworld

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